terça-feira, 24 de abril de 2012

Melhor seria se não tivessemos crescido!


Da simplicidade dos gestos à sinceridade em tudo o que faz, as crianças têm muito a nos ensinar. Criança não tem prazer nas disputas cotidianas, nas trocas de favores, nas arquitetações das maldades, na politicagem diária; criança da aula de humildade, ensina simplicidade e exorta à sinceridade.
Não foi a toa que quando tentaram levar algumas crianças até Jesus afim de que Ele orasse por elas, diante de uma negativa de seus discípulos Jesus responde: "Deixai vir os meninos a mim, e não os impessais por que dos tais é o reino dos céus" Mateus 19:14 enquanto adultos o seguiam atrás de pães e peixes multiplicados, curas, sinais e maravilhas, existiam crianças que almejavam chegar perto do mestre... Tocar nEle e se sentirem tocados, e a esses nada do que queriam lhes foi negado, quanto aos adultos Jesus advertiu: Esse povo me segue pelo o que eu posso dar e não pelo o que sou, me glorificam com os seus lábios, mas o seu coração está distante de mim. Somos tão tentados a ser adultos na fé que esquecemos as melhores características de quando éramos pequenos, nos enchemos de conceitos, teorias e experiências... Tantas coisas que nos distanciamos paulatina e constantemente do nosso Pai, não ansiamos mais por sua presença, mas por projetos e objetivos ainda não concluídos que Ele com certeza pode nos ajudar a realizar, enquanto isso, algumas crianças nos ensinam que melhor que tudo isso é a presença do pai, e esse pai nem precisa ser rico, poderoso e influente, a criança o ama por que é o seu pai, seu colo é o lugar mais seguro a se estar, não por ser macio ou confortável, mas por que é o colo do seu pai, a presença do pai é ansiada, esperada.
Fico triste ao perceber que minha oração se tornou tendenciosa, basta pensar em orar, que todos os meus problemas me vêem a mente, e nada mais do que problemas eu consigo expressar... Fico imaginando a figura de um pai que passou o dia inteiro distante do filho e quando tem a oportunidade de revê-lo espera que ele, seu filho, saia correndo pule no seu colo e diga: Pai que saudade do senhor, mas tudo isso se frusta ao perceber que o seu pequenino amado esta esperando algo de valor passageiro dele; o pai sabe o que o filho precisa, mas espera que ele vá ao seu encontro pelo fato de ser ele o seu pai e não pelo o que ele pode dar. Não é necessário que o filho faça uma festa com milhares de amigos, ou que faça reuniões temáticas para listar ao pai suas necessidades, tampouco que faça barganha prometendo o que não conseguirá cumprir ao pai, nada disso é necessário simplesmente por que ele é filho e tem acesso livre ao colo do pai.
Umas das preocupações de Paulo com a igreja de corinto era justamente essa: "Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo." 2 Coríntios 11:3 Paulo temia que a igreja após crescer, perdesse a simplicidade de quando era apenas uma criança.
É comum ver as pessoas fazendo propósitos por vitória, igrejas buscando métodos para atrair pessoas para os cultos, grandes produções em festividades, grande energia gasta em super-encontros... Muita produção, muita gente seguindo Jesus esperando algo dEle e em contra partida Ele procurando as crianças sinceras, humildes e simples para as colocar no colo, dialogar com elas e elas com Ele. O que tem mais valor? Melhor seria se não tivéssemos crescido!

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